quarta-feira, 13 de abril de 2011

FALHAS NA REFORMA PSIQUIÁTRICA

         O tratamento de pacientes psiquiátricos fora de hospitais e o consequente desestímulo aos internamentos são os principais pontos da chamada reforma psiquiátrica. A fim de dar efeito a essa tendência, a Prefeitura de Fortaleza ampliou a rede de Centros de Atendimento Psicossocial (Caps) e tem fechado, paulatinamente, leitos psiquiátricos. O ritmo de fechamento dos leitos, apontou o vereador Marcílio Gomes (PSL), não tem sido acompanhado pela ampliação da rede de atendimento que deveria substituí-los.
“Apesar do suposto nobre objetivo da reforma psiquiárica em nosso país, o que observamos (particularmente em nosso Estado) é o desmonte acelerado da estrutura assistencial para pacientes psiquiátricos em crises graves e de inviável manejo em casa ou na comunidade, em franco descompasso com a criação da rede assistencial substitutiva”, apontou Marcílio.
        Nos últimos 10 anos, de acordo com Marcílio, vários leitos foram fechados em hospitais da cidade. Somando-se todos, são aproximadamente 300 que deixaram de receber pacientes psiquiátricos. Segundo o vereador, o fechamento dos leitos vem sendo assegurado por meio de desestímulo financeiro: são pagas diárias de R$ 40 por cada paciente internado, o que inviabiliza, conforme ele, qualquer funcionamento compatível com as exigências de qualidade.
        Marcilio revela que o fechamento dos leitos não tem a ver com a redução da demanda por internação. “A prova mais contundente e assustadora desse fato é a situação lastimável dos doentes que são encaminhados à emergência psiquiátrica do Hospital de Saúde Mental de Messejana”, aponta o vereador. Segundo ele, na unidade de saúde, muitos pacientes aguardam dias por leitos e boa parte tem que dormir no chão ou sobre cadeiras durante a espera. “Não se justifica sequer economicamente a redução dos leitos para expansão da cobertura ambulatorial em psiquiatria”.

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